Esta semana, ao receber a carta do oráculo com a mensagem do universo “Exposto e revelado”, uma carta que fala sobre os momentos de vergonha, confesso que estive ali a processar um pouco.
Tive alguma dificuldade em escrever sobre ela, nas “partilhas com amor” que estou a oferecer semanalmente, nos stories das minhas redes sociais.
Apesar de todos os oráculos terem um livrinho que inclui um texto a explicar as mensagens de cada carta, foi um processo algo demorado, e confesso que me passou pela ideia, tirar uma outra carta para a substituir (!..).
Por vezes, quando temos algo desafiante pela frente, há uma parte em nós que nos diz que é melhor esquecer, ir por outro caminho, ignorar para não enfrentarmos aquele desafio.
É-te familiar este sentimento?
Pois bem, acontece a todos! Mas também já aprendi, que quanto mais nos desviamos, ou evitamos os desafios para fugir deles, mais o universo nos atira com eles para cima. E com o universo não há volta a dar: se é para aprender, é até que a lição esteja aprendida! O que teria a “vergonha” para me ensinar naquele momento?…
E assim surgiu o apelo interior para escrever um post sobre libertar a vergonha, para que nada te limite, nem te prenda.
Libertar a vergonha
Pegando aqui na questão da vergonha… Todos nós já passámos por momentos em que sentimos vergonha, ou que nos fizeram passar por vergonhas, expondo as nossas fragilidades. E maioritariamente, esses momentos deixam marcas. Umas são superadas, outras nem por isso. E quando isso acontece, bloqueiam-nos a vida fazendo com que deixemos de nos atrever a fazer algo diferente do que é considerado habitual, correto ou seguro.
Eu cresci numa geração onde fui educada a de ter cuidado com o que dizia, não fosse dizer disparates; não podia chorar para não dar parte fraca, tinha de me comportar e estar sempre impecável, não fosse chocar alguma opinião alheia, ser a melhor aluna para ter um emprego de destaque (e um bom ordenado!) e, para aumentar o desafio, nasci mulher, logo muito cuidado e atenção com o que vestia, dizia e a quem, com o que fazia e com quem, não fosse ficar falada (…!).
Durante a adolescência, a sociedade fez-me sentir que eu era diferente e que não me enquadrava bem nos padrões da “normalidade”, quer na fisionomia (muito alta e muito magra), quer na maneira de sentir e pensar. E fui calando a minha voz, apagando a minha luz interior, por vergonha de me expor.
E assim se vão criando paredes internas de defesa e autojulgamento. Bloqueios e mais bloqueios que vamos acrescentando ao nosso ser ao longo da vida. Deixamos de ser autênticos, para passarmos a ser um produto dos moldes da sociedade, usando máscaras para nos sentirmos enquadrados, aceites.
A vergonha enquanto ferramenta de libertação
A vergonha é realmente tramada. Mas mais tramado é, deixarmo-nos moldar por padrões supostamente adequados, com medo de ferir suscetibilidades. Quando permitimos que nos apontem o dedo, muitas vezes somos nós próprios depois, a apontar o dedo na nossa direção.
Dizemos internamente que não somos capazes…, imaginamos o que irão pensar de nós…, e se eu falhar…., como vou enfrentar as pessoas depois de ter errado… Um sem fim de autojulgamentos.
É uma total entrega de poder pessoal ao alheio. E uma imensa perda de energia vital.
Todos nós podemos experimentar e falhar. Todos nós erramos várias vezes ao longo da vida. Mas todos nós, continuamos a ter o direito de experimentar, de sentir e mudar, ajustar, melhorar o ser que somos. Errar faz parte do processo de aprendizagem e não há ninguém que nasça perfeito, ou a saber fazer tudo corretamente e à primeira. Os grandes génios também falharam, até que o seu valor e as suas ideias fossem compreendidas e aceites.
Walt Disney é um desses génios…. Sabias que viu os seus primeiros filmes serem rejeitados, uns atrás dos outros? Olha se ele tivesse desistido, pela vergonha de não ver o seu trabalho e empenho aceites? Não teríamos acesso a toda a sua magia e obras-primas cinematográficas.
Eu já falhei tantas vezes… e sim, depois vem aquele sentimento de que eu não sou capaz, ou que isto não é para mim. Há vezes em que levo mais tempo a levantar a cabeça e a recomeçar de novo.
Mas sabes? Tudo faz parte do caminho. Tudo é aprendizagem. Tudo é aprender a reconhecer o nosso valor próprio, as nossas qualidades e capacidades, a descobrir a nossa resiliência.
Cada vez que faço algo novo e me exponho socialmente e ao mundo, sobretudo nas redes sociais, há sempre aquele friozinho na barriga, aquela pequenina sombra da vergonha que ainda cá mora, mas que já não me impede de ser eu própria. E vou em frente. Avanço com confiança. E se por acaso falhar…. corrijo assim que possível (já aconteceu, tantas vezes…!).
Pelo menos não me permito ficar na sombra e nas dúvidas dos “e se…..”, a pensar em como poderia ter sido, ou acontecido, caso não me tivesse atrevido a fazê-lo. Faço acontecer, ponto.
Porque sempre que fazemos aquilo que sentimos que devemos fazer, desde o nosso coração, por amor a nós próprios, aos nossos valores e sobretudo fazermos aquilo em que acreditamos, não há como dar errado.
Pode não sair perfeito à primeira, à segunda ou à terceira. Não interessa!
O que importa é continuar a tentar, a experimentar até que se chegue ao ponto de estarmos completamente à vontade naquilo que fazemos e a expressar os nossos sentimentos e o nosso verdadeiro Eu, com naturalidade.
E quando isso acontece, todo nosso corpo vibra de felicidade. E então sabemos, que fomos feitos para isto.
Como é que se chega aqui?
Libertando a vergonha, os julgamentos (principalmente os internos) e o medo de falhar.
Dando um passo de cada vez. Mesmo que seja pequeno, o importante é dar o primeiro, tal e qual como uma criança que está a aprender a andar.
Aprender com os erros. A autocrítica com amor é uma mais valia. Saber e perceber onde e porquê se errou, mas continuar a alimentar a chama de que somos capazes de fazer melhor na próxima vez.
Sair da zona de conforto. Temos tendência a não valorizar o que é fácil, pois necessitamos de estímulos e novos desafios. É então importante, de vez em quando fazer algo que não estamos habituados a fazer. Sair da rotina. Experimentar coisas novas, para continuarmos a evoluir e a desenvolver capacidades.
Sempre que experimentamos algo novo, descobrimos qualidades que desconhecíamos ter.
Celebrar cada sucesso, mesmo os mais pequenos. A nossa criança interior gosta de experimentar e sentir-se realizada. Celebrar cada pequena vitória eleva a nossa energia e vibração.
E agradecer. Agradecer todos os dias os momentos bons, os menos bons, as vitórias e os fracassos, o que temos e o que ainda não temos, mas que acreditamos que vamos ter.
Agradecer é talvez das formas mais bonitas de abrir o portal da abundância. Não só agradecer o que é bom e agradável, mas agradecer também quando falhamos, ou corre mal.
A gratidão é o sentimento mais profundo capaz de transmutar energias densas e baixas.
Sempre que agradecemos por algo que correu mal, estamos a dizer ao universo que ok, estou aqui, errei, o que fiz não correu bem, foi errado, magoei-me ou magoei alguém, mas diz-me como posso melhorar, o que posso aprender com esta lição, o que tenho de mudar em mim.
E sempre, mas sempre que nos colocamos nesta posição de simplicidade e redenção, estendendo as nossas preces de auxílio a algo superior a nós, as respostas vêm sempre claras e o caminho é nos mostrado.
Faz da vergonha a tua aliada. Entende a vergonha como uma porta de aprendizagem, crescimento, liberdade e cura para criares a tua própria melhor versão.
E lembra-te, sempre que alguém te apontar o dedo com uma critica, é porque do outro lado existe algo semelhante que tem de ser resolvido internamente.
As críticas são para serem construtivas e ajudarem na evolução pessoal de cada um de nós. Quando são destrutivas, só revelam fragilidade da parte de quem as verbaliza.
E como não conseguimos mudar o mundo do dia para a noite, é claro que irá haver sempre alguém que aponte o dedo quando fizeres algo novo e diferente do habitual.
Lembras-te da teoria de que a Terra era plana?…. Pois bem! É isso mesmo.
Atreve-te.
Faz o que o teu coração sente.
Faz o que te faz feliz.
Fala a tua verdade.
Faz a diferença.
Tu vieste ao mundo para deixares a Tua marca. Brilha!
Se te sentiste inspirad@, mas não sabes por onde começar, estou disponível para te guiar a seres a tua melhor versão, com leveza e acima de tudo com boa disposição e alegria.
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Gratidão pela tua presença.
Com amor,
