Estamos já em 2021… Céus, como o tempo voa!…
Desejo que te encontres bem e que a celebração das festividades tenha sido acima de tudo, com muito amor e saúde, junto de quem amas e queres bem.
Estarmos bem é cada vez mais uma preciosidade. E muitos de nós já descobriram, que não é preciso ter grandes luxos materiais para nos sentirmos bem, certo? O básico, o confortável, o saudável e bom, é o essencial para o nosso bem-estar diário. Até porque luxo, não tem de ser sinónimo de um grande investimento financeiro, pois pode ser algo tão simples como estar na presença de alguém que nos é muito querido.
Este ano começo com um texto que talvez possa soar a contestação, mas é minha intenção trazer luz à forma de nos consciencializarmos dentro da sociedade em que vivemos.
Buzinar….
Vivo numa ponta desta cidade linda que é Lisboa, mas que é isso mesmo…., uma cidade com toda a sua azáfama. Parece que numa cidade andamos todos um pouco acelerados…
Se há coisa que me incomoda bastante, são as buzinadelas “fáceis” no trânsito e as ultrapassagens “à maluca” de quem vai cheio de pressa para algures. Já para não falar no ruido das sirenes dos veículos prioritários, que nos entram pelos ouvidos dentro, seja a que horas for – vá lá que durante o período noturno, a coisa abranda!
No outro dia, dentro de um estacionamento subterrâneo e por causa de algo tão banal, que já nem me lembro o quê, criou-se uma fila considerável. E eis que alguém se lembra de buzinar…. Oh céus! Por favor!!! Buzinar na rua já é o que é, mas buzinar dentro de um estacionamento…. É o verdadeiro caos para a sanidade dos nossos queridos ouvidos.
Não! Buzinar não resolve nada. Na maioria das vezes só atrapalha. Se tu conduzes, já reparaste que quando há trânsito e se ouve uma sirene ficamos todos tipo baratas tontas a desviarmo-nos sem saber bem para onde. Ok, é necessário por vezes passar com urgência, mas já estava na hora de criarem umas coisas menos barulhentas, não? Basta chamar a atenção do pessoal com um som diferente… não é necessário aquele festival todo de ruído. Também concordas?
Será que é mesmo necessário….?
Existem três cidades que me marcaram bastante sobre este tema: Nova York, Viena e Banguecoque. A primeira é um caos autêntico seja a que horas do dia for (dei por mim a tapar os ouvidos à passagem de um veículo prioritário – tal era já o meu stress auditivo). Nova York não dorme mesmo! Em Viena assisti à chegada super silenciosa de uma ambulância para socorrer alguém, em pleno centro da cidade. Não fosse um pequeno grupo de pessoas, nem tínhamos dado pela situação. E em Banguecoque, considerada por alguns como fazendo parte do “terceiro mundo” (ao fim destes anos todos, continuo sem entender esta expressão…), com um trânsito verdadeiramente caótico, não se ouve uma única buzinadela, nem tão pouco sirenes de espécie alguma. Pode parecer estranho, mas é uma realidade.
Pergunto-me: será mesmo necessário buzinar? Será mesmo preciso gerar tanto ruido?
O ruido causa stress e desgaste emocional, já para não falar em surdez.
Se nós queremos tanto a paz interior e geral que muito ansiamos e procuramos, se queremos tanto ser zen e viver tranquilamente, temos de começar a mudança em nós, nos nossos pequenos gestos diários. Buzinar é um deles 😉 na próxima vez que te encontrares numa situação com vontade de buzinar, experimenta respirar fundo e ser mais condescendente para com a pessoa que está à tua frente no transito. Nunca sabemos o que se está a passar na vida daquela pessoa, nem o que a leva a criar algum tipo de bloqueio no tráfego. Temos de ser mais complacentes com quem está à nossa frente. Sabes, é que quando começamos a ter este tipo de atitudes no dia-a-dia, recebemos de volta o mesmo tipo de energia, na nossa vida.
E não é preciso ter carro e conduzir para fazermos a diferença. Quando nos encontramos junto de outras pessoas, por vezes temos tendência a julgar os seus comportamentos e atitudes, indo depois comentar com terceiros em jeito de bisbilhotice, por vezes ainda à mistura com um toque de maledicência. Ou na pior das hipóteses, como também já assisti, quando perante uma situação de atrapalhação de alguém, em vez de se ajudar, saem comentários desagradáveis sobre a falta de desenvoltura ou incapacidade da visada…
Pois é…, aqui mais uma vez a tal da complacência é uma mais-valia. Se optarmos por colaborar, não julgando, facilitando e ajudando quem necessita, é um gesto de ouro que aos poucos vai fazendo a diferença.
Quer gostemos ou não, tudo aquilo que fazemos e dizemos sobre os outros é um reflexo do nosso interior. A forma como o fazemos, construtiva ou depreciativa, reflete o modo como nos relacionamos connosco, com o nosso Eu interior.
A atitude que muda tudo
Sempre que eu faço julgamentos sobre mim própria, se não me amar o suficiente, ou se não me aceito tal e qual como sou, vou ter tendência a julgar, a não amar e a não aceitar os outros e o mundo à minha volta, também. Em tempos já fui muito critica em relação aos outros e mal sabia eu que a minha maior vítima, era eu mesma. Reclamava de tudo e de todos, da vida, do mundo. E como resultado… a minha vida começou a bloquear.
Aos poucos fui mudando, depois de compreender que o problema estava em mim e não nos outros. Foi preciso algum esforço para desconstruir conceitos adquiridos ao longo de gerações. Pode parecer complicado, mas é mais simples do que parece! É também um trabalho constante, que envolve autoconhecimento e um imenso amor por nós próprios.
Todos nós podemos começar a desenvolver este trabalho já hoje mesmo, com pequenos gestos de amor-próprio e muita paciência. Porque se queremos paz na nossa vida, temos de ser pacíficos; se queremos mais amor, temos de nos amar mais; se queremos abundância, temos de ter uma atitude abundante (atenção que não é começar a consumir mais!), se queremos que gostem de nós, temos de gostar de nós próprios primeiro, e se não queremos que nos julguem, vamos ter de parar de nos julgar também.
O universo conspira sempre a nosso favor. A vibração que nós emanamos, é a vibração que recebemos de volta. Nisso, o universo é certinho. Aquilo que somos, é aquilo que recebemos. E acima de tudo, aquilo que damos, é aquilo que recebemos de volta.
Se eu quero receber mais numa determinada área na minha vida, eu vou ter de trabalhar essa área para que comece por me dar a mim própria, para depois dar de mim ao mundo e só então receber de volta, em abundância. Porque o universo também é generoso; tudo o que damos, recebemos de volta a dobrar, ou ainda mais.
E nesta matéria de dar, o processo é muito simples: tudo o que dás com todo o teu coração, por mais pequeno que sintas que possa ser, o universo sabe que estás a fazê-lo com a mais pura das intenções e de acordo com aquilo que te é possível fazer no momento. Mas não dês e apregoes a meio mundo o que estás a dar; quanto mais humilde e pleno de amor for o teu gesto, melhor. Tudo o que é dado em amor e recatadamente, recebe o reconhecimento divino.
Portanto, estamos em início de ano e talvez ainda a determinar intenções para 2021. Mas vamos sempre a tempo de redefinirmos prioridades e pensarmos o que realmente queremos receber da vida e de que forma nos vamos (primeiro) dar à vida.
Com a consciência de que tudo o que fazemos, mesmo os mais pequenos gestos e pensamentos, tem impacto na nossa vida e no mundo num constante fluxo entre dar e receber, vamos passo a passo com firmeza contribuir para um mundo melhor, com alegria, presença e muito amor.
E lembra-te, tudo começa com um pequeno gesto teu, de ti para ti.
Vamos fazer os nossos pequenos gestos, transformarem-se em grandes mudanças.
Agradeço de coração a tua presença e desejo-te uma semana muito feliz.
Com amor,

Tem um muito feliz 2021!
Junt@s fazemos a mudança de dentro para fora, com amor.