Com o aproximar do final do ano, temos tendência a olhar para trás e fazermos uma espécie de balanço sobre o que desejávamos obter, o que conseguimos atingir e o que não foi concluído, para depois lançarmos sementes para o próximo ano. Mas este final de ano é ainda mais especial para esta prática, pois é o final de uma década.
Durante 10 anos, muita coisa muda. Mudamos nós, muda a nossa energia, muda o mundo à nossa volta. Aquele que éramos há dez anos atrás, poderá ser tão diferente daquele que somos agora, que ter dificuldade em reconhecermo-nos, é perfeitamente normal.
Uma década de mudanças
Há dez anos atrás, estava eu a começar uma nova e tão diferente etapa da minha vida, que sinto que a Teresa daquela época, de alguma forma morreu para dar lugar a outra pessoa; mais consciente, mais presente, mais natural e madura.
Terminava a licenciatura em Medicina Chinesa e começava a ganhar outra percepção do funcionamento do meu eu físico e energético. Durante o ano de 2009 passei por um processo de saúde que transitou para 2010. Desde aí muita coisa mudou ao meu redor. Foi como um “abre olhos”. Mas tenho perfeita noção, de que havia algo em mim tão presente que me limitava: a consciência de vítima.
Sentia-me responsável por muitas das coisas erradas que me aconteciam e aconteciam ao meu redor. Fechava-me e não partilhava. Sofria em silêncio. Apesar de sempre ter uma atitude positiva, a “consciência de vítima” era uma sombra muito presente e por vezes pesada. Esta década mostrou-me como é possível curar tudo isto; mudar, transformar, atrever a fazer diferente, mostrar-me ao mundo. Olho-me ao espelho, olho para trás e não me reconheço. Felizmente para melhor!
Mas (!) recentemente o Universo brindou-me com uma situação em modo de ultimato (quando estamos com a consciência mais desperta, estamos mais abertos a receber estes presentes divinos).
Uma última oportunidade
Assim em modo de “espera lá, vamos transitar de década e tu ainda tens aqui coisas para libertar…. Vamos lá ver como lidas com isto! Queres avançar em frente, queres libertar isto de vez, ou vais manter esta sombra contigo?”, foi como senti que o Universo falou comigo.
Foi uma situação de imensa injustiça “gerada” por mim (quando digo gerada, é porque me meti a jeito e ajudei a cria-la). Fiquei furiosa. Revoltada. Chorei. Gritei. Desesperei. E como resultado, fiquei com uma tremenda dor de cabeça, que nem um paracetamol conseguiu afastar.
Hoje agradeço a dor não ter desaparecido. Ela ajudou-me a continuar a tentar perceber o que aquela situação tinha de tão importante para me ensinar.
Quando a onda de emoções acalmou, consegui perceber que tinha comigo as ferramentas necessárias para fazer avançar e resolver uma situação comunitária há muitos anos por resolver.
Em vez de me calar, chorar e lamentar em modo vítima, como teria sido normal há uns anos atrás, escolhi libertar e juntar as forças necessárias para dar força e forma a uma energia criadora e transmutadora.
Assim, em modo de revisão do ano e de década a tal da dita consciência de vitima veio outra vez ao de cima com imensa clareza, e entre outras coisas, é minha escolha e decisão libertar e concluir esta consciência e sombra, que durante muito tempo esteve presente na minha vida.
Libertar e concluir
É com este passo importante de libertação e finalização, de algo que já não me serve, apoia ou alimenta o meu ser actual, que abro a porta e preencho o espaço deixado livre com expansão e manifestação dos meus melhores dons, para o bem maior da humanidade e do planeta Terra.
Que eu seja sempre capaz de ter a clareza e o poder para ultrapassar as dificuldades que aparecerem, transformando a sua energia em algo positivo e construtivo para um bem maior comum.
Esta é a minha prece mais íntima. É o meu maior insight desta década que termina.
E tu?
Já pensaste em rever esta época que agora termina? Como eras tu há 10 anos atrás?
Qual foi a tua maior lição de vida? O que é que já não te suporta e alimenta neste momento?
O que estás pront@ a concluir e libertar, de vez?
Convido-te a escreveres uma carta ao Universo (antes do ano terminar), anunciando-lhe o que estás decidid@ e pront@ a libertar de vez e concluir, declarando que é tua vontade preencher esse espaço deixado livre, com algo que te nutra e suporte. E se puder suportar o planeta Terra, ainda melhor!
Eu já escrevi a minha carta. Escrevi-a numa folha de papel e a lápis. Nada melhor do que usar materiais naturais (o lápis é feito de carvão). Assinei-a. Li e agradeci. No final, rasguei com gratidão e queimei os restos. Como usei uma lareira, aproveitei para queimar de seguida, uns ramos de oliveira, para purificar e elevar ainda mais a minha prece.
Mas, se não tiveres lareira, podes usar um recipiente resistente ao calor e queimar junto a uma janela aberta, ou chaminé. Em alternativa à oliveira, podes usar eucalipto, alfazema ou alecrim. E agradece. (coloca depois de arrefecidas, as cinzas na terra)
Vamos aproveitar estes últimos dias do ano, para fazer uma introspecção e trazer clareza ao que já não nos serve, libertando-o e finalizando, para que quando 2020 chegar, atravessemos este portal de mudança e fazermos desta nova década, uma época de expansão e crescimento pessoal e comunitário, para um bem maior global.
Afinal de contas essa é a energia do ano 2020: parcerias e espiritualidade, fazer acontecer, com consciência. Espreita este blog ou este para poderes perceber um pouco mais sobre este tema.
Todas as transições de ano são portais que se abrem, onde os desejos e as preces mais profundas que fazemos têm a possibilidade de se manifestarem. Prepara esse espaço com clareza e amor e abre as portas à magia na tua vida, com alegria.
Agradeço muito a tua presença e desejo-te um dia maravilhoso, com um encerrar de década brilhante.
Com amor, Teresa
Gratidão pela imagem: Pezibear @Pixabay