Filtros e escudos na comunicação

Há uns tempos perguntaram-me porque é que durante as consultas eu trato todos por tu e peço que tenham o mesmo tipo de relacionamento comigo, sem aquela coisa do você, doutora, etc.

É simples, quando dou uma sessão com terapia, tem de haver uma abertura de ambas as partes, para que haja clareza sobre a situação que requer atenção, haja troca de energias e a cura encontre o caminho para se manifestar.

Tu ou Você?

Já reparaste em que situações tratas as pessoas com alguma deferência? O que acontece nesses momentos? E com quem, que tipo de pessoa usas esse tratamento?

Desde criança que sempre tive alguma dificuldade em tratar as pessoas por você. Acho que é algo comum nas crianças, esta ausência de filtros, mas que com o passar do tempo tem tendência a desaparecer.

Quando tratamos alguém por você, uma barreira automática é construída entre ambas as partes. É criada uma distância. Dizem que é uma questão de respeito. Sim concordo, de certa forma. Eu uso este tipo de “respeito” com aquelas pessoas, que de alguma forma ou de outra atingiram um determinado estatuto muito elevado, e merecem uma reverência da minha parte.

Estes “filtros” usados na comunicação, para além de criarem distância, pressupõem que alguém está de certa forma acima do outro. Foi algo que se criou e passou de geração em geração. Mas hoje em dia, sinto que o respeito não é algo que acontece de imediato só por se usar a conjugação da terceira pessoa.

O respeito dispensa filtros

A evolução da convivência entre as pessoas e a forma como comunicamos e interagimos, atingiu um determinado nível, que transpôs o respeito para algo muito mais íntimo e elevado. O respeito vem não só da forma como emitimos as palavras, mas de todo um sentimento interior que se revela através das nossas acções para com o próximo.

Quantas vezes observamos uma indelicadeza enorme entre duas pessoas que são íntimas e no entanto, tratam-se por você? Por outro lado, a comunicação entre pais e filhos (que há umas gerações atrás era feita em exclusivo na terceira pessoa) hoje processa-se naturalmente de igual para igual, havendo respeito mútuo.

Quando comecei este blog, interiormente coloquei-me a questão da comunicação e como é que a iria dirigir. Qual seria a forma mais apropriada? No final de contas, nunca sei quem está do outro lado do ecrã. Será que conheço? Será que não? Será alguém muito importante? Mas se optasse por escrever na terceira pessoa, não estava a ser eu própria. Seria algo anti natura.

Quando comunico de forma mais profunda, gosto de tocar no coração de quem me ouve. Gosto de criar uma ligação empática, de me permitir tocar e ser tocada numa onda fluída de energia. E esta troca só se pode manifestar, se houver abertura de todas as partes envolvidas. Quando alguém se fecha, seja de que forma for, é como um escudo que se forma à sua volta, o bloqueio aparece e deixa de haver uma livre troca de energias.

Então, isto é o que acontece durante uma sessão de terapia; falo com o coração, de igual para igual, para que a troca de mensagens e informação seja algo natural e transparente. Assim como aqui no blog.

O meu respeito e carinho por ti está todo disponível desde o meu coração, isento de barreiras ou filtros, com a intenção de Te inspirar e nutrir como um todo.

Somos todos iguais. Cada um de nós é único e especial. A igualdade e o respeito é algo muito mais profundo e revitalizante, do que meras palavras conjugadas de uma determinada forma. E juntos fazemos a diferença. Vamos trazer mais atenção e presença à forma como comunicamos com o mundo?

Muito agradecida pela Tua presença linda neste espaço que amo. Desejo-Te um dia simples, mas muito saboroso.

Com amor, Teresa.

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