Em conversa com uns primos e ao falarmos de viagens, surgiu a Tailândia. A Tailândia foi das viagens mais fantásticas que me lembro de ter feito até agora, mas, no entanto, não foi das mais fáceis.
A programação e a preparação da viagem, se bem que sob o tema celebrar 25 anos de casamento (!!!), foi um processo emocional enorme. O meu marido queria ir para Nova York, eu queria ir para a Tailândia. OK, até aqui foi uma questão de lógica (minha, confesso…). Quem é que vai para Nova York celebrar o casamento? (digo eu!…) Depois, tínhamos uma filhota com menos de 2 anos, que teria que ficar entregue às irmãs mais velhas (amo-vos tanto queridas filhotas!) na totalidade e pela primeira vez na vida. Nestes momentos agradeço muito o meu espírito aventureiro e optimista. Ultrapassada toda esta logística familiar, lá avançamos para a compra da viagem, com idas ao médico especialista em viagens para climas exóticos, e que nos orientou com uma série de cuidados a termos lá.
Confesso que a única coisa que cumprimos à risca, foi a de não bebermos água sem ser engarrafada; se bem que numa das noites recorri à água canalizada, e bebi-a depois de a ter fervido. Também lavámos sempre os dentes com a água da torneira.
Há coisas na minha vida, que não me passa pela cabeça pensar muito nelas, antes de elas acontecerem. Sinceramente, ao fim destes anos todos, ainda não sei bem se por ingenuidade, se por plena confiança. Vou optar pela segunda hipótese, pois parece-me mais convincente.
14 horas de viagem – ingenuidade ou super confiança?…
Embarcámos em Lisboa e como voámos com a Emirates, tivemos acesso a toda uma diversidade de distracções durante o voo. Mas (!), nunca uma viagem de avião me pareceu interminável, apesar de termos feito uma escala. Lá está, não dediquei muito tempo a pensar sobre este assunto. Enfim, após 14 horas de viagem aterramos em Bangkok debaixo de uma carga de água monumental (finais de Março), que mais parecia que o avião estava a ser lavado à mangueirada.

Passado todo o processo burocrático na alfândega, a caminho do hotel temos o nosso primeiro impacto com aquela realidade completamente diferente: um calor húmido imenso, que quase sufoca na primeira inspiração, e um trânsito louco, cujos carros não respeitam as delimitações das vias na autoestrada e é mesmo tudo à molhada. Mas sabes que mais? Ninguém apita! Fantástico!
Os tailandeses são das pessoas mais simpáticas, generosas e genuínas que conheci. Sempre prontos a ajudar e sempre com um sorriso no rosto. “Sawasdee Ka” foi a primeira expressão que aprendemos; é a saudação válida para qualquer hora do dia.
Introdução às delícias e aos condimentos
Depois de devidamente instalados, fomos dar uma volta pelas redondezas e assim dar início a esta nossa aventura na Ásia. Ficámos deslumbrados com a quantidade de templos e a sua beleza. O trânsito também nos deixou de boca aberta… ninguém para numa passadeira, conduzem “à inglesa” e atravessar uma rua, é uma aventura e tanto. Rapidamente esquecemos as recomendações médicas e deliciámos-nos com as frutas à venda na rua, já descascadinhas e prontas a comer; uma verdadeira delícia! Bactérias? Nem nos passou pela cabeça tal coisa.
Como o seu tão amado rei tinha falecido há poucos meses, passámos por uma tenda na rua, onde confeccionavam comida e ofereciam a quem quisesse, em forma de celebração do luto. Aceitámos tamanha generosidade e compartilhámos o sentimento de perda. Confesso que já começávamos a ter alguma fome, mas cheirava tãoooo bem! A primeira experiência da cozinha Tailandesa foi excelente. O arroz era super delicioso e carne igualmente, uma maravilha. Para ser excelente faltou um senão… toda a comida tailandesa é picante (!), mesmo aquela que eles dizem que não é! Já com o prato a meio, dei comigo com a sensação de ter milhentos corações a baterem na minha boca…! Bem-vinda Teresa, aos condimentos Tailandeses! Foi um perfeito baptismo de picante. Apesar deste primeiro impacto, continuámos a comer comida tailandesa e descobrimos que a “street food” é super deliciosa. Não! Não comemos “bichos” – não é preciso extremismos!

Podia continuar a falar-te de Bangkok e dos muitos quilómetros que fizemos a pé, e dos maravilhosos templos que visitámos, mas vou já passar para Krabi, uma província da Tailândia que visitámos também.
Iniciação aos “bichos”
Quando lá chegámos, depois de um curto voo de avião, resolvemos ir dar uma volta pela praia, pois o nosso quarto ainda não estava pronto e fomos tentar descobrir algum sítio onde pudéssemos comer. Depressa percebemos que ali perto não havia nada. Como tínhamos alguma fruta e frutos secos na mochila, sentámos-nos debaixo de uma árvore para aproveitar a sombra (o sol escalda quando o céu está limpo!) e fazer um picnic. Falávamos das experiências em Bangkok, do quão divertido e bom tinha sido; lembrámos-nos do enorme dragão-de-komodo (não sabes o que é? espreita aqui) que vimos debaixo de uma ponte e da nossa enorme surpresa, pois foi o primeiro “bicho a sério” que vimos lá. E, entretanto, dou por mim sentada na areia, a olhar para cima para aquela árvore enorme e densa, e pensar na quantidade de cobras que deveria haver ali. Optimista como eu sou, rapidamente inverti o pensamento e disse para mim “tranquila Teresa, está tudo bem – relaxa.” Pois é…. Mal terminou o pensamento positivo, cai aos meus pés uma cobra verde alface!!!! ….. Fiquei estática e sem palavras e aquele momento pareceu-me uma eternidade. O meu marido que tinha assistido ao desenrolar da cena, explicou-me que a cobra estava a perseguir um bicho e quando este saltou, ela saltou também para o comer. Um verdadeiro National Geographic em directo! Passado o primeiro impacto, acalmei e tive curiosidade de observar a cena mais de perto.

Sim, tenho muito respeito (prefiro usar esta palavra, em vez de medo) pelas cobras, mas por outro lado elas despertam em mim muita curiosidade.
Krabi revelou-se um verdadeiro paraíso de “bichos”. Tive muitos encontros imediatos com lagartos de várias espécies (havia uns laranja muito bonitos), e outros repteis durante os percursos dentro do hotel (era tudo aberto para o exterior – paredes, só as indispensáveis) e se ao principio era estranho, acabei por me adaptar e ter cuidado em respeitar o seu espaço, para não os “atropelar”.
Voltámos a ter um novo encontro com um dragão-de-komodo, que estava tranquilamente a atravessar a estrada, e que nos fez parar e respeitar o seu ritmo, para não ser atropelado. Ali, todos respeitam os animais! E nós aprendemos também a respeita-los e a integra-los no nosso dia-a-dia.
Este é um longo post sobre o tema “sair da zona de conforto” em conjunto com as aventuras na Tailândia, e que para facilitar a tua leitura, será dividido em dois. A próxima parte vai ser publicada muito em breve. Prometo! Fica por perto.
Agradeço a tua compreensão e acompanhamento, desejando-te um dia maravilhoso,
Teresa
Imagens: @teresasalgueiro70
Que belo relato! Faz lembrar as minhas viagens às vezes com 30 horas de avião! Estou ansiosamente à espera da parte II! 😁
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Grata 🌸💖
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Adorei não foi nada do que eu já tinha ouvido, espero pelo próximo!
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Grata Mami 🥰💖
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